Auxiliar de ação médica

Ao longo do estágio, havia semanas em que eu ficava a ajudar no centro. Nas manhãs em que eu ficava no centro, fazia a higienização dos espaços, ajudava no refeitório, dava a medicação aos utentes e ajudava a realizar algumas atividades. Às Quintas-feiras e Sextas-feiras de manhã, dava-se o banho a alguns utentes do Centro. Na hora do almoço, eu fazia a distribuição dos almoços, a higienização da sala dos utentes e de seguida, ia à enfermaria buscar a medicação para dar aos utentes no refeitório. Eu gostava muito de fazer a distribuição dos almoços, porque depois eu e uma funcionária do Centro íamos buscar um senhor invisual chamado Manuel que era um amor de pessoa.
Depois do almoço, executava o jogo do Bingo juntamente com a minha colega e com os utentes. Depois de concluir o jogo, ia para a copa ajudar a colega a lavar a loiça do almoço e os termos dos utentes. Na semana em que eu não ficava no Centro, de manhã, ia para os Domicílios de manhã, à casa dos utentes dar o banho, vesti-los e dá-los alguma autonomia e conforto durante o procedimento do banho. Depois de fazer todos os Domicílios de manhã, voltava para o Centro e ajudava nas restantes tarefas.
À tarde, quando ia para os Domicílios, também dava o banho aos utentes e fazia a higienização dos espaços da casa como, limpar a cozinha, a casa de banho e aspirar o quarto. Durante os Domicílios à tarde, às Terças-feiras, eu e as funcionárias do estágio dirigíamo-nos à Lavandaria buscar as roupas lavadas dos utentes.
Quando prestávamos apoio domiciliário, lidávamos com todo o tipo de utente. Havia um utente que se chamava António. Ele era presidente da CRPI, mas devido à sua doença, o senhor António teve de deixar o cargo. O senhor António tinha diabetes e como a doença já estava muito avançada, a sua perna teve de ser amputada e os dedos do pé de uma outra perna também. Este senhor andava numa cadeira de rodas, mas não era muito difícil de dar o banho, porque ele ainda tinha alguma autonomia. O mais difícil era vesti-lo, pois este era bastante pesado e não aguentava ficar muito tempo de pé. Tínhamos também o senhor João, que era um senhor bastante complicado de lidar, pois era muito teimoso e preguiçoso. E por último, o senhor Rama, que era um idoso invisual e que estava muito fragilizado devido à morte recente da sua mulher. O senhor Rama era um idoso muito autónomo, mas com a sua perda de visão, nós damos o banho e tentamos dar autonomia, para que ele consiga se lavar as suas partes íntimas. Estes foram os utentes mais difíceis que eu encontrei nos Domicílios. Nós também realizávamos várias atividades com os utentes de datas comemorativas como os Santos Populares. Os utentes eram muito participativos e gostavam imenso de ajudar. Nas festas dos Santos Populares, o Centro organizou uma banca de vendas e um baile para as pessoas dançarem. Nas atividades desenvolvidas, as auxiliares do Centro ajudavam-nos bastante e faziam sempre questão de nos ter por perto, para que nós observássemos as tarefas que estas realizavam,  no caso de alguma delas não estar presente. Embora estas tivessem feitio bastante complexos, foram muito importantes ao longo do estágio. 

Durante o percurso escolar, aprendi imensas coisas sobre este curso, pois o Técnico de Auxiliar de Saúde desempenha um papel fundamental na vida do utente.